Festivais - UMA VIDA EM UM DOCUMENTÁRIO
     
 

PUBLICADA EM 18.02.16

Carlos Augusto Brandão

O diretor, fotógrafo e roteirista Robert Frank ainda não teve o reconhecimento à altura de sua obra.

Ele é conhecido por alguns filmes como  “Me and My Brother” (1969), “Candy Mountain” (1987) e principalmente pelo curta-metragem “Pull My Daisy” (1959) uma paródia sobre a Geração Beat, com roteiro escrito por seu próprio criador, Jack Kerouac.
 
Mas seu trabalho é bem mais abrangente e talvez agora tenha uma divulgação maior. A documentarista Laura Israel acaba de reuni-lo no filme “Don’t Blink – Robert Frank”,  apresentado ontem na mostra Panorama da 66ª edição do Festival de Berlim.
 
O filme teve sessões concorridas de um público interessado em conhecer um pouco mais sobre a vida deste homem, nascido na Suíça e radicado em Nova York.
 
Embora sua curta duração – 82 minutos – a história  cobre um grande período desde “The Americans” em 1958 até os dias de hoje, relacionando sua enorme contribuição artística.
 
Desde o início dos anos 90, Laura tem editado seus filmes e vídeos, o ajudado a manter sua obra mais organizada e, agora com o documentário, preservar o brilho dos contatos de Frank com as pessoas, os lugares e sua câmera.
 
“Don’t Blink...” é uma viagem viva de imagens, sons, lembranças, perdas, ganhos e amizades profundas, mas que consegue transmitir, de forma tocante, o envolvimento de Laura com seu amigo e colaborador.
 
A diretora diz  que sua motivação para fazer o filme está intimamente ligada à significativa contribuição de Frank para as artes e para a cultura.
 
“O trabalho dele incorpora poesia, música, teatro, política e a história de New York City.  Eu procurei  revelar seu processo criativo e o impressionante relacionamento que ele tem com as imagens”, ressaltou acrescentando que  sempre foi fascinada por construir um projeto desde a ideia inicial até sua edição.
 
“Mas neste documentário eu tentei reverter um pouco  meu envolvimento no processo e focar no ponto de partida da vida de Frank”, explica.
 
Com 90 anos e o jeito americano de ser adquirido em sua longa permanência no País, Frank mantém, no entanto, a mente em Zurique, sua cidade natal. Laura conseguiu captar isso e mostrar em seu filme a vida de um homem procurando sempre se reinventar. 
 
 “Don’t Blink: Robert Frank”  é uma produção EUA / Canadá.