Festivais - JONZE ENCERRA O NYFF
     
 

14.10.13

Carlos Augusto Brandão

Her, de Spike Jonze, teve sua première mundial ontem em sessão de gala como o filme de encerramento da 51ª edição do Festival de Nova York.

Roteirizado por Jonze,  locado em Los Angeles e ambientado num futuro próximo, o filme é uma love story que explora os riscos da intimidade no mundo moderno.   Para contá-la, o diretor reuniu um elenco de peso que inclui Joaquin Phoenix, Scarlett Johansson, Amy Adams, Rooney Mara e Olivia Wilde.

Lembrando os elementos Ficção Científica e o tom bem humorado de Quero ser John Malkovich, o filme segue Theodore Twonbly (Phoenix), um escritor solitário que desenvolve uma conexão com o seu novo “sistema operacional avançado”. Depois de iniciá-la, Twombly encontra Samantha (Johansson), uma voz brilhante do sexo feminino que é perspicaz, sensível e engraçada.

Rose Kuo, Diretora Executiva do Filme Society of Lincoln Center, onde acontece o festival, registrou o fato de ter o filme mostrado na noite de encerramento.

 “Ao lidar com marionetes tragicômicas e um homem vivendo seu caso de amor único, o visionário diretor Spike Jonze mostrou ser um poeta desse nosso novo mundo. Estamos muito honrados de poder tê-lo conosco nesta edição”, afirma.

Jonze, por sua vez, também expressou sua satisfação com a première mundial no festival. 

“Estou muito emocionado e animado de estrear na cidade. No NYFF tivemos a primeira sessão pública nos EUA de Being John Malkovich, nossos amigos estavam aqui, não esqueço aquele momento, é muito bom retornar ao festival”, ressalta.

O diretor diz que foi preciso contornar algumas dificuldades para fazer o filme.

“Nós colocamos em prática o “futuro” que imaginamos para a trama, mas o grande desafio foi contar uma história de amor em que um dos personagens não aparece na tela. Era preciso transmitir o amor de um pelo outro, fazendo os atores sentirem o que os personagens precisavam sentir. Estou consciente que foi difícil, mas eles conseguiram com a maior competência”, elogia destacando a principal inspiração para contar essa história.

“A tecnologia se tornou uma presença enorme em nossas vidas. Nós convivemos diariamente com e através dela e, paralelamente, vivemos uma experiência emocional, queiramos ou não. Além desse aspecto ficção científica que o filme tem, há também a necessidade de se manter conectado e, principalmente, a questão do amor. Na essência, é um filme sobre o relacionamento humano, em seu sentido mais puro”, define.

Um dos pontos altos do filme é a excelente fotografia de Hoyte van Hoytema, perfeitamente adequada à trama. Jonze conta que foi a primeira vez que trabalhou com ele.

“Quando eu o conheci, uma das primeiras coisas que eu gostei é que ele tem algo feminino em termos da sensibilidade e poderia trazer isso para o seu trabalho.  Eu queria que o filme tivesse esse quê feminino e ele ajudou muito. Como é holandês, Hoyte  trouxe também um toque europeu ao filme”, conta o diretor. 

 A obra de Jonze vai além dos filmes incluindo também vídeos de música, comerciais e documentários, mas ele ainda não sabe qual será o próximo projeto.

“Não decidi ainda, talvez faça um novo documentário, mas um pouco mais adiante, por enquanto vou me dedicar ao lançamento de Her”, avisa.