Festivais - CAPTAIN PHILLIPS TEM PREMIERE MUNDIAL NO NYFF
     
 

28.09.13

Carlos Augusto Brandão

Paul Greengrass está de volta ao Festival de Nova York, onde teve muito sucesso em 2002 com seu ótimo Domingo Sangrento. Captain Phillips, seu novo filme, teve ontem (27.09) sua première mundial no festival, com o status de abrir esta 51ª edição.

Nova York

Paul Greengrass está de volta ao Festival de Nova York, onde teve muito sucesso em 2002 com seu ótimo Domingo Sangrento.

Captain Phillips, seu novo filme, teve ontem (27.09) sua première mundial no festival, com o status de abrir esta 51ª edição do evento, que vai até o dia 13.10.

Mostrado numa sessão prévia para a imprensa, o filme do diretor britânico é um thriller de ação, ancorado num bom desempenho de Tom Hanks vivendo o personagem título. 

O filme narra a história real do Capitão Richard Phillips, sua tripulação e o navio mercante americano Maersk Alabama, que foi tomado por piratas em 2009.

Centrado  na relação entre Phillips e o chefe do grupo somaliano Muse (Barkhad Abdi), o thriller traça um complexo painel dos efeitos da globalização através da colisão inevitável de dois homens que se defrontam com forças políticas e militares fora do seu controle.

Kent Jones, diretor do festival,  deu as boas vindas ao diretor destacando que o filme é uma experiência única.

“Paul Greengrass se transformou num mestre em mergulhar na realidade de conflitos geopolíticos. Eu estou orgulhoso  que este filme de ação, um verdadeiro  thriller da vida real, coroado pelas brilhantes interpretações de Hanks e dos quatro estreantes somalianos (Barkhad Abdi, Faysal Ahmed, Barkhad Abdirahman e Mahat M. Ali) esteja abrindo esta edição”, declarou Jones, complementando que  o filme é um retrato complexo dos  inúmeros efeitos da globalização.

Com o roteiro de Billy Ray, Captain Phillips é baseado no livro A Captain’s Duty: Somali Pirates, Navy Seals, and Dangerous Days at Sea, de Richard Phillips e Stephan Talty.

Na coletiva após a projeção, Greengrass, Hanks e Abdi subiram  ao palco sob aplausos e falaram  sobre o filme e  os desafios para realizá-lo. 

Greengrass lembrou que o episódio do navio mercante Maersk Alabama é bastante conhecido nos EUA e, segundo ele,  é uma grande história.

“Desde que li o livro, pensei em trazê-lo para as telas. Nem sempre, temos tantas informações para criar um filme, mas neste caso, havia muito material, desde que o navio zarpou, o barco pirata, o ataque, o capitão Phillips no bote salva-vidas quando ele tenta escapar. É uma história dramática e fascinante”, ressaltou, afirmando que a globalização tem um papel importante na história.

“Ela é o coração do filme. Essa história dramática se dá no contexto de um mundo globalizado.  Em última análise, o que impulsiona esses dois capitães de mar juntos é a globalização”.

O diretor contou que, para maior veracidade na adaptação para as telas, passou bastante tempo com o Capitão Phillips e sua família.

“Ele é um homem bom e foi muito interessante mergulhar no seu mundo e nos perigos que ele traz”, afirmou Greengrass, complementado por Hanks. 

“Para me preparar para o papel eu precisei conhecer melhor o Capitão Phillips e estive algumas vezes com ele em Vermont, onde vive com sua mulher.  Eu achei fantástico que, após ter sofrido um drama tão aterrorizante, ele tenha conseguido voltar a trabalhar no mar”, ressaltou o ator, reiterando que conhecê-lo foi fundamental para vivê-lo nas telas.

“Eu sabia que entender a força de Phillips seria essencial para entender o tipo de homem que ele é na realidade”, afirmou o ator.

Greengrass contou que Hanks  foi sua primeira opção para viver o personagem. 

“Ele era fundamental nesse projeto e acho que está  absolutamente fantástico no filme. É um ator por inteiro, fazendo o que faz de melhor, num desempenho incrível, poderoso e brilhante, interpretando um homem comum de frente para um perigo intenso”, afirmou o diretor com muitos elogios também para Abdi, que está estreando no cinema e contou como foi trabalhar com o diretor.

“Paul nos colocou – a mim e aos demais atores somalianos – num forte regime de treinamento. A cena mais difícil foi a tomada do navio.  Ele nos disse que não deveríamos ser apenas atores, nós tínhamos que nos transformar  em piratas. O pior é que eu nem sabia nadar, mas  após algumas semanas de treinamento, nós realmente nos transformamos em bandidos do mar”, contou o ator, com seu jeito tímido e pausado.

Ao final, Greengrass disse que esse filme é diferente em sua carreira porque teve um forte impacto emocional em relação aos acontecimentos que o envolveram:

“Mas o que eu tento fazer em meus filmes é torná-los tão emocionantes quanto possível. As pessoas vão ao cinema para ter uma experiência cinematográfica inédita e eu espero ter alcançado isso, mas é algo que somente os espectadores poderão julgar”, concluiu.