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PUBLICADA EM 13.10.16
Carlos Augusto Brandão
Curumim, de Marcos Prado, foi o destaque ontem da 18ª edição do Festival do Rio.
Prado – diretor de “Estamira” e produtor de “Tropa de Elite”, de José Padilha, vencedor do Urso de Ouro em 2008 – não escondia sua satisfação na sessão do filme.
O dramático documentário acompanha os últimos momentos da vida de Marco Archer, brasileiro executado na Indonésia em janeiro de 2015 por tráfico de drogas. A vida pregressa dele – que era chamado de Curumim pelos amigos – também é contada na produção.
Em entrevista ao repórter em Berlim – onde o filme foi mostrado na prestigiada Panorama – Prado falou sobre seu relacionamento com Marco Archer, com quem conversou horas antes da aplicação da pena capital.
“A intenção não é romantizar a vida do Marco nem tampouco transformá-lo em uma espécie de herói. Ele reconhecia que errou e se arrependeu do que fez. A meu ver, as pessoas merecem uma segunda chance, que ele não teve. A intenção do filme é, acima de tudo, humanizá-lo”, disse Prado que conhecia Marco há bastante tempo.
“Eu conheço o Marco desde nossa época de juventude no Rio. Ele era muito carismático, audacioso e inclusive sobreviveu a graves acidentes. Acho que isso lhe dava uma sensação de invencibilidade”, ressaltou o diretor esperando que a questão possa ajudar na discussão sobre a pena de morte.
“Sem dúvida vai chamar a atenção para o assunto. Espero que “Curumim” traga reflexão sobre o tema, mas que principalmente, como eu disse, consiga humanizar o Marco”.
Sobre a seleção para o Festival do Rio, Prado lembra a importância de participar de um festival que tem uma diversidade tão grande.
“Além disso, é uma vitrine importante para divulgar o filme tanto comercial quanto institucionalmente”, avalia.
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