Festivais - SUNDANCE INICIA MARATONA INDIE - Brasil compete em Cinema Mundial
     
 

PUBLICADA EM 19.01.17

Myrna Silveira Brandão

A partir de hoje, Park City será palco do Festival de Sundance, que dá início aos grandes festivais do ano

Nessa pequena cidade, situada numa estação de esqui, nas montanhas rochosas de Utah (EUA), acontece o mais importante evento do cinema indie, o festival que hoje é bem diferente daquele já longínquo ano de 1985 quando foi criado por Robert Redford para abrir um espaço a diretores que não conseguiam fazer seus filmes no rígido sistema de estúdios.
 
Era uma forma também de revelar talentos com alto potencial criativo e inovador. De uma tímida mostra regional, o Sundance atualmente  é um privilegiado celeiro, onde distribuidores e produtores abarrotam o charmoso resort, para realizar negócios milionários e, quem sabe, descobrir o grande talento do ano.
 
John Cooper, diretor do festival, diz que o evento deixará a audiência entusiasmada com a programação que irá assistir.  
 
 “Os filmes no festival deste ano mostram os aspectos humanos das questões, pessoas e lugares que não costumamos ver.  Os cineastas independentes, com suas perspectivas audazes, desafiam-nos a testemunhar a história de todo o mundo: esses artistas, armados com seus filmes, nos levarão para o futuro”, afirma.  
 
Destaques
 
 
Nesses 11 dias a plateia disporá de uma gama de filmes de várias nacionalidades, temas e gêneros.
 
Entre os mais esperados  podem ser citados:  “I don’t feel at Home in this World Anymore”, estreia na direção do ator e roteirista Macon Blair,;   “Pop Aye”,  de Kirsten Tan (Singapura /Tailândia);  Whose Streets?, de Sabaah Folayan; e The Workers Cup, de Adam Sobel (UK).  
 
O Brasil, que tem tido  uma participação maciça em quase todos esses anos – pelas telas do Sundance passaram filmes como “Central do Brasil”, “Casa de Areia”, “O Invasor”, “Madame Satã”, “Carandiru”, “Ônibus 174”,  “Sertão das Memórias”  e muitos outros – está na competição da Mostra Cinema Mundial com “Não Devore meu Coração”, do carioca Felipe Bragança.
 
O filme é estrelado por Cauã Reymond e conta  com Ney Matogrosso no elenco. A trama acompanha uma história de amor em meio a disputas por terra na fronteira do Brasil com o Paraguai. Tem previsão de estreia no Brasil somente na segunda metade de 2017. 
 
“The Incredible Jessica James”, de Jim Strouse  (EUA) encerra esta edição no dia 29.
 
 
New Climate  
 
Pela primeira vez, o festival está concentrando seus esforços de programação para direcionar atenção e ação em torno de um tema específico: as mudanças climáticas e a preservação ambiental.  O programa New Climate baseia-se no compromisso de longo prazo do Instituto Sundance de mostrar filmes e projetos ambientais, incluindo alguns que já foram  mostrados como Uma Verdade Inconveniente, Blackfish, The Cove, Gasland, Chasing Ice, Racing Extinction e Collisions.
 
Neste ano, o programa inclui Chasing Coral, que segue uma equipe de mergulhadores, fotógrafos e cientistas documentando os recifes de coral em mutação do mundo; Trophy, um exame aprofundado da controvertida indústria multibilionária de caça; Water & Power: A California Heist, uma investigação do sistema de água da Califórnia; e Plastic China, um exame da vida dos funcionários em uma fábrica chinesa de reciclagem.
 
Sobre o New Climate, Redford disse: “Meu próprio compromisso com a mudança climática começou há mais de 40 anos, e a urgência que eu sentia só cresceu depois de suas consequências muito reais e cada vez mais severas.  Se vamos evitar o pior, então devemos agir corajosamente e imediatamente, mesmo diante da indiferença.