Festivais - FILME SOBRE OS GUARANIS É MOSTRADO NA BERLINALE
     
 

PUBLICADA EM 13.02.17

Myrna Silveira Brandão

Nesta ótima edição para o cinema brasileiro, Anna Azevedo apresentou ontem seu curta “Em Busca da Terra sem Males”, selecionado para a mostra Geração.

A cineasta é uma habitue do Festival de Berlim, onde por várias vezes apresentou seus trabalhos.
 
Seu novo filme é uma obra infanto-juvenil com a proposta de mostrar o cotidiano de uma aldeia indígena. 
 
Em entrevista ao Mccinema, Anna falou sobre o que representa mais uma vez lançar um trabalho seu em Berlim.
 
“Estive na Berlinale em 2005, no Talent Campus; em 2006, concorrendo ao Berlin Today Award (BerlinBall; em 2008, com Dreznica (Berlinale Shorts) e, desde então, tenho vindo quase todo ano, quase sempre fazendo curadoria para festivais brasileiros. Voltar agora com filme é um momento imensamente feliz, pois a Berlinale – um dos três festivais mais importantes do mundo – foi fundamental na minha trajetória profissional, além de ser um lugar onde (re) encontro amigos”, ressaltou a diretora acrescentando o que significa estrear o filme no festival.
 
“De fato, sinto-me em casa em Berlim e nada melhor do que iniciar a carreira de um filme querido em um espaço igualmente querido, que é este festival, onde vive-se o cinema sem glamourização e sim com muito paixão, alegria, descontração.  E é isso o que mais me deixa feliz em estrear na Berlinale: um lugar descontraído, onde tudo é organizado para nos sentirmos bem de estar ali”.
 
Anna explicou que o filme observa o dia a dia das crianças da aldeia e que não houve qualquer problema com os índios durante as filmagens.
 
“É um documentário  com procedimentos de ficção e não há entrevistas nem interferências minhas. A abordagem foi tranquila.  Buscamos formas de aproximação com as crianças antes de começarmos as filmagens e, com  o tempo elas se sentiram mais à vontade”, destacou Anna, expressando sua expectativa quanto à resposta dos espectadores.
 
“Com os meus filmes, procuro sempre conversar, bater um papo com o público. Embora raramente tragam entrevistas formais, e cada vez menos – eles são o resultado de um desejo de conversar com quem os assiste.  As imagens são a minha parte nessa conversa.  E eu aguardo a resposta silenciosa (ou não) da plateia à conversa iniciada.  Ainda bem que a arte é uma linguagem universal, assim consigo conversar com todo mundo, no Brasil, na Alemanha, no Irã e em outros lugares. Essa é a minha única expectativa: conversar com o público de Berlim”, concluiu.