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PUBLICADA EM 14.02.17
Myrna Silveira Brandão
Havia uma boa expectativa para a sessão de Rifle de Davi Pretto na Mostra Fórum desta 67ª edição do Festival de Berlim.
A Fórum é uma prestigiada paralela composta por filmes que desafiam convenções e retratam situações afetadas pela turbulência do mundo atual. Em 2003, Amarelo Manga, de Cláudio Assis foi um dos filmes premiados na Mostra com o troféu da Confederação das Artes.
E em 2014, Pretto fez muito sucesso com “Castanha”, selecionado para a mesma Mostra e que saiu daqui para uma vitoriosa carreira com convites para inúmeros festivais mundo afora.
Além disso, “Rifle” – já lançado no Brasil – tinha sido um dos filmes mais inquietantes do Festival de Brasília, onde ganhou os Candangos de som e de roteiro.
A trama acompanha a realidade de uma estância rural no interior do Brasil que será palco de uma luta armada pela posse da terra. A violência é deflagrada quando um fazendeiro rico manifesta o desejo de comprar a pequena propriedade de Dione (Dione Ávila de Oliveira). A narrativa do talentoso diretor cria um crescente e sufocante clima de tensão.
Ao final da sessão o filme correspondeu à expectativa e foi muito aplaudido por uma plateia bastante interessada e que ficou no auditório para um debate com o diretor, cujo tema girou em torno de
Pretto conversou com o Mccinema sobre seus sentimentos com a seleção, os resultados para o filme e as respostas que espera da Berlinale.
O que representa para você voltar à Berlim com Rifle?
“É um festival que é muito importante pra mim porque esteve presente em três momentos marcantes na minha carreira: quando estreamos Castanha em 2014, quando voltamos em 2015 para apresentar o projeto do Rifle no Talent Project Market e agora o exibindo no festival”.
Esses três momentos, de alguma forma impulsionaram um ao outro?
“Sim e voltar agora à Berlinale é celebrar um ciclo que se fecha, mas sabendo que isso alimentará outros ciclos que se abrirão. Certamente voltar é tão especial quanto a primeira vez”.
Seus filmes tem sempre uma identificação grande com os espectadores. Qual sua expectativa para Rifle e quais respostas espera dos espectadores?
“É difícil esperar alguma coisa do público, a sala de cinema é um lugar misterioso e imprevisível de prever reações, e por isso mesmo apaixonante. Minha expectativa é que sejam sessões inesquecíveis como tive com Castanha, com bons debates e sala cheia. Depois é só deixar o filme se encontrar com o público e deixar ele criar seus ecos e faíscas”.
E os projetos e resultados após Berlim?
“São muitos. Para o filme representa uma exibição como poucas outras que existem no mundo. Abre muitas possibilidades para outras seleções e projeções em lugares que ele teria muita dificuldade de chegar ou nem chegaria. Certamente é algo que muda a carreira de um filme e isso dá um folego bom para outros projetos”.
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