Festivais - MOSTRAS COMPETITIVAS DÃO PARTIDA AO SUNDANCE
     
 

Publicada em 17.01.14

Myrna Silveira Brandão

Redford reafirma importância do festival para os diretores independentes

No majestoso Eccles de Park City, Whiplash, de Damien Chazelle abriu ontem à noite, a mostra competitiva de dramas, dando início à programação da 30ª edição do Sundance, que vai até o dia 26. 
 
O filme é a história de Andrew, um baterista promissor de 19 anos, que estuda no Conservatório de Música de Manhattan, mas  tem pouco interesse em ser apenas um músico.
 
Na verdade, pelo fato de seu pai ter falhado como escritor, ele tem medo que a mediocridade possa ser genética. Alimentando o sonho de grandeza e determinado a não seguir os passos do seu pai, ele treina intensamente todos os dias. 
 
A pressão pelo sucesso atinge seu nível extremo, quando ele é escolhido para entrar na banda da escola liderada pelo infame Terence Fletcher, um instrutor de música meio selvagem que não mede esforços para que o estudante atinja o limite máximo do seu potencial.
 
Sob a forte direção de Fletcher, Andrew começa a perseguir a perfeição a qualquer custo, até mesmo sua condição humana.
 
Chazelle teve seu curta-metragem Whiplash premiado no Sundance do ano passado, que dá origem agora ao seu longa homônimo brilhantemente realizado e enriquecido pela força dos desempenhos de Miles Teller como Andrew e JK Simmons como Terence Fletcher,
 
Na apresentação do filme, Chazelle manifestou sua satisfação com a estreia do filme em Sundance.
 
“Eu acho que é bom se seu trabalho é visto internacionalmente”, complementou.
 
A programação da noite teve continuidade com Dinosaur 13, de Todd Douglas Miller, da mostra competitiva americana de documentários.
 
A história de Dinosaur 13 começa em 12 de agosto de 1990, nas paisagens de Dakota do Sul quando o paleontólogo Peter Larson –  e sua equipe do Instituto Black Hills –  desenterrou o maior e mais completo Tyrannosaurus Rex jamais encontrado, que eles o apelidaram de Sue.  Foi um achado digno de uma vida inteira. 
 
Dois anos depois, quando o FBI e a Guarda Nacional apareceram, começou uma verdadeira batalha pela posse de Sue. O governo americano, grandes museus do mundo, tribos nativas americanas e paleontólogos, que competiam entre si, se transformaram em algozes de Larson na medida em que ele e seu time lutavam para manter o seu dinossauro e contra as táticas intimatórias que ameaçaram suas próprias liberdades.
 
Dinosaur 13 conta uma  saga sem precedentes na história americana, bem como detalhes da batalha furiosa para possuir o tesouro de 65 milhões de anos.
 
Com habilidade consumada, Miller escavou camada por camada do episódio, expondo a emoção humana num conto dramático que é tão complexo quanto fascinante.
 
 
Redford fala sobre sua não indicação ao Oscar e reitera a essência do festival
 
 
Uma entrevista coletiva com Robert Redford, criador do Sundance, precedeu as sessões com os filmes, no Egyptian Theater.
 
Redford estava cotado aos prêmios da Academia por seu papel em All is Lost, no qual interpreta um náufrago lutando para sobreviver.
 
O ator, diretor e produtor de 77 anos disse que teria sido maravilhoso ter sido indicado, mas que não estava preocupado com isso.
 
“O que aconteceu é que não teve uma campanha para chegar aos grandes mercados e aos votantes do Oscar, mas me encantou a experiência de ter feito o filme”, afirmou Redford, lembrando que o diretor  de All is Lost, J.C. Chandor fez sua estreia no Sundance.
 
“Além disso, o  filme me  deu a oportunidade de voltar às minhas raízes”, complementou.   
 
A seguir disse que o maior êxito do Festival de Sundance é ter dado um espaço para que o cinema independente seja visto e celebrado.
 
“O Festival ampliou sua oferta em suas três décadas de história, tanto em quantidade como nos gêneros e tipos dos filmes exibidos”, ressaltou reiterando que o evento segue sua proposta original de identificar e apoiar novas vozes.