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PUBLICADA EM 19.02.17
Carlos Augusto Brandão
Mantendo o viés político uma de suas principais características a 67ª edição da Berlinale que terminou ontem (18.02) apresentou muitos filmes com temas presentes na realidade e nas turbulências do mundo atual.
Como havia dito Dieter Kosslick, diretor do festival, “os filmes se pautaram por títulos que traduzem o sentimento de desilusão da sociedade diante das convulsões sociais e políticas recentes”.
A qualidade da programação foi bastante heterogênea e poucos filmes causaram impacto. A exceção ficou por conta de alguns destaques e de filmes esperadíssimos aqui como “Logan” e “T2 Trainspotting”.
Mais uma vez, o festival promoveu muitas ações de apoio aos refugiados e imigrantes como oferta de tickets para filmes, cursos, , palestras, acompanhamento por mentores e campanhas de doação.
Expressiva participação brasileira
Além de concorrer ao Urso de Ouro na mostra oficial, o Brasil teve uma significativa presença nesta edição, com 12 filmes selecionados para várias mostras e, na maioria das vezes, as sessões aconteceram com ingressos esgotados.
“Pendular”, de Julia Murat ganhou o importante Prêmio da Crítica Internacional (FIPRESCI), como o melhor filme da Panorama. A história mostra a tensa relação entre um escultor (Rodrigo Bolzan) e uma dançarina (Raquel Karro).
Mas houve também muitas manifestações sobre o governo do Brasil, pedindo a preservação das políticas do audiovisual brasileiro. Além de protestos em diversas sessões de filmes como “Pendular”, “Rifle” e outros, ocorreu também na recepção da Embaixada do Brasil na Alemanha, que todos os anos é oferecida para os brasileiros presentes no festival.
Na coletiva de imprensa de “Joaquim”, o diretor Marcelo Gomes leu uma carta dirigida à comunidade cinematográfica internacional pedindo apoio. Ele repetiu a leitura na sessão de gala do seu filme no Palácio dos Festivais.
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