Festivais - FILME SOBRE ATIVISMO NO COMBATE À AIDS TEM REAÇÕES OPOSTAS
     
 

PUBLICADA EM 21.05.17

Carlos Augusto Brandão

“120 Battements par Minute”, de Robin Campillo dividiu a plateia ontem em Cannes, onde concorre à Palma de Ouro.

Parte se envolveu emocionalmente com a história e aplaudiu, parte se ateve mais ao aspecto documental e achou o filme cansativo.
 
O filme segue Nathan (Arnaud Valois), um dos protagonistas que acaba de ingressar no Act Up (Aids Coalition to Unleash Power) –  grupo de ativistas franceses que buscava conscientizar o governo e a sociedade sobre a doença no início dos anos 1990 – e logo se envolve com Sean (Pérez Biscayart), um dos radicais do grupo. 
 
Criado em 1989, o Act Up é considerado um exemplo de ativismo de resultados, cujas ações levaram a indústria de remédios a acelerar as pesquisas e os testes com os medicamentos para combater a doença.
 
Campillo diz que tinha receios de falar sobre o momento em que a Aids se tornou uma epidemia.
 
“Até porque se tratava de uma situação que me era muito próxima e dolorosa”, conta o diretor que coloca grande parte de sua experiência pessoal no filme. Ele ainda não tinha completado 30 anos quando entrou para o Act Up. 
 
“Mas depois de pensar muito, achei que era o momento de falar sobre o tema”, ressaltou Campillo, diretor do drama gay “Eastern Boys” (2013), vencedor da Mostra Horizontes do Festival de Veneza.