|
PUBLICADA EM 28.05.17
Myrna Silveira Brandão
O Festival de Cannes anunciou os prêmios da competitiva oficial de sua 70ª edição, cujo júri foi presidido por Pedro Almodóvar.
A Palma de Ouro, prêmio máximo do festival foi para “The Square”, do sueco Ruben Östlund.
O filme é uma sátira de humor negro que faz uma ácida crítica ao universo de artistas contemporâneos, cheia de situações que beiram o absurdo. A história segue um curador de um museu em Estocolmo (Claes Bang) que, para atrair mais visitantes, faz um vídeo violento que se torna viral na Internet.
O diretor do aclamado “Força Maior” (2014), disse que a arte contemporânea, como qualquer área, tem de ser criticada.
“O mesmo pode acontecer com a indústria cinematográfica e qualquer outra área”, completou.
“120 BPM”, de Robin Campillo – sobre um grupo de ativistas que defende soropositivos e luta contra a homofobia – ficou com o Grande Prêmio do júri.
Sofia Coppola ganhou o prêmio de melhor direção com “O Estranho que Nós Amamos”, um olhar feminino sobre a história de um soldado na Guerra Civil Americana.
Principais prêmios
Palma de Ouro – The Square, de Ruben Östlund – Suécia
Grande Prêmio do Júri – 120 BPM, de Robin Campillo – França
Prêmio do Júri – Loveless, de Andrey Zvyagintsev – Rússia
Melhor direção – Sofia Coppola por O Estranho que Nós Amamos
Roteiro – Dividido entre Linne Ramsay (You Were Never Reatly Here) e Yorgos Lanthimos (The Killing of a Sacred Deer)
Melhor atriz – Diane Kruger por In the Fade
Melhor ator – Joaquin Phoenix por You Were Never Reatly Here
Balanço
Novas tecnologias, plataformas de distribuição e exibição, arte, mercado – houve muitos debates em Cannes neste ano.
Embate entre um modelo tradicional de exibição cinematográfica e as tecnologias de ponta – os serviços de vídeo sob demanda, em especial a Netflix. Após a mostra, a empresa de streaming já avisou que irá lançá-los direto em sua plataforma, ignorando as salas de cinema.
Mas Cannes já uma baixou uma regra: a partir de 2018, só disputam a Palma de Ouro produções que se comprometerem com uma exibição posterior nos moldes tradicionais, isto é, nas salas de cinema.
Cofundador e presidente da Netflix, Reed Hastings, disse em seu perfil em uma rede social, que o “establishment” está cerrando fileiras contra sua empresa.
Hastings vem afirmando que, nas últimas décadas, as redes de cinema não evoluíram nada, além de melhorar o gosto da pipoca.
A verdade é que os grandes festivais, que eram a meca do cinema autoral, já passaram a ver o serviço de srtreaming como um novo ator desde 2015 quando “Beasts of No Nation” , produzido pela Netflix, competiu no Festival de Veneza.
Sem esquecer que a empresa de Hastings conquistou sua primeira estatueta no Oscar, graças ao curta documental “Os Capacetes Brancos”.
|