PUBLICADA EM 10.09.17

Carlos Augusto Brandão

“The Shape of Water”, de Guillermo Del Toro, foi o grande vencedor do Leão de Ouro da 74ª edição do Festival de Veneza, encerrado no último dia 09 de setembro.

O filme é a história de uma faxineira muda (Sally Hawkins) que, nos anos 1960,  se envolve romanticamente com uma criatura aquática aprisionada em um laboratório americano. 
 
O diretor dedicou o prêmio a todos os diretores mexicanos ou latino-americanos que, a despeito de todas as dificuldades, desejam fazer filmes de fantasia.
 
“Eu acredito em vida, amor e cinema. E neste momento da minha vida, eu me sinto cheio de vida, de amor e de cinema”, complementou Del Toro, autor do premiado “O Labirinto do Fauno” (2006), vencedor do Oscar de fotografia, direção de arte e maquiagem.
 
O Grande Prêmio do Júri foi para “Foxtroit”, do israelense Samuel Maoz, um drama dividido em partes distintas, que descreve três momentos da família de um arquiteto de Tel Aviv. 
 
O francês Xavier Legrand levou o Leão de Prata de melhor direção com “Jusqu’à la garde”,  drama sobre um marido violento que consegue o direito de passar os fins de semana com o filho mais novo.
 
O Prêmio Especial do Júri ficou com “Sweet Country”, de Warwick Thornton, uma espécie de faroeste moderno ambientado na Austrália dos anos 1920.
 
A Copa Volpi de melhor atriz foi para Charlotte Rampling, por sua atuação em “Hannah”, de Andrea Pallaoro, vivendo uma septuagenária em crise de identidade após descobrir um segredo relacionado ao marido. E a de melhor ator foi conquistada por Kamel El Basha, pelo drama “The Insult”, de Ziad Doueiri, sobre uma briga judicial entre um mecânico cristão e um palestino de origem muçulmana.
 
“Three billboards outside Ebbing, Missouri”, do britânico Martin McDonagh, ganhou o prêmio de melhor roteiro, comédia dramática sobre uma mãe inconformada com a incompetência da política na investigação do estupro e da morte de sua filha.
 
O ambicionado troféu Marcello Mastroianni de melhor ator ou atriz revelação foi ganho pelo americano Charlie Plummer, por sua atuação no drama “Lea non Pete”, de Andrew Haigh, vivendo um adolescente que se afeiçoa a um cavalo de corrida.
 
Pela primeira vez, o festival apresentou uma mostra competitiva de filmes realizados em realidade virtual.  O vencedor foi “Arden’s Wake”, de Eugene Chung.