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PUBLICADA EM 19.12.17
Carlos Augusto Brandão
Bixa Travesty, dos brasileiros Kiko Goifman e Cláudia Priscila estará no Festival de Berlim.
Ele é um dos filmes selecionados para a Mostra Panorama do evento, entre os onze títulos já anunciados.
Tendo como atriz a cantora transexual Linn da Quebrada, o filme trata da “política do corpo”, que engloba o tema deste ano da Mostra – “Desobediência – Política do Corpo e Resistência ao Machismo”.
Linn da Quebrada é a força motriz desse documentário que a captura em sua esfera pública e privada, ambas marcadas não só por sua presença de palco acachapante, mas também por sua incessante luta pela desconstrução de estereótipos de gênero, classe e raça.
Os diretores estão de volta ao festival depois do “Olhe pra mim de novo”, na Panorama Documenta – 62ª edição (2012) e em 2006 – Claudia com Sexo e Claustro (Panorama de Curtas) e Kiko com Atos dos Homens (Fórum).
Ambos têm centrado sua obra no tema da diversidade, que procura suscitar debate e reflexão sobre o tema e que vem de encontro ao viés da mostra deste ano e também a Berlim, uma cidade que respeita o outro e é um lugar onde a diversidade é vista com bons olhos. “Olhe pra mim de novo”, que foi muito bem recebido no festival, é também sobre um transexual, Sylvio Luccio, formado em letras e funcionário público no Ceará.
“ Nossas escolhas tem girado em torno de questões como preconceito, genética, maternidade, todas muito fortes no filme. Assim como eu, a Cláudia sempre se interessou por temáticas ligadas ao corpo e à sexualidade”, afirma Kiko.
Outro brasileiro na Panorama nesta edição é Ex-Pajé ou Ex-Xamã, de Luiz Bolognesi, sobre um indígena vivendo na bacia Amazônica.
A produção alemã Zentralflughafen THF (Aeroporto Central de Tempelhof) dirigido pelo cineasta cearense Karim Ainouz, de origem argelina é também um dos títulos selecionados para a Panorama 2018.
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