|
PUBLICADA EM 17.02.18
Myrna Silveira Brandão
Um dos destaques brasileiros da Panorama na 68ª edição do Festival de Berlim é Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi, que tem sua estreia mundial no evento.
O filme é a história de Perpera, que era um pajé poderoso até o contato do povo Paiter Suruí com os brancos em 1969. Com a chegada dos brancos, um pastor evangélico afirma que a pajelança é coisa do diabo e Perpera perde seu poder na tribo.
Bolognesi tem sido presença frequente na Berlinale. Em 2014, ele esteve na mostra Nativa com o roteiro de “Terra Vermelha”, dirigido por Marco Bechis e, ano passado, na Panorama, também como roteirista de “Como nossos pais”, de Lais Bodansky.
Em entrevista ao McCinema, Bolognesi expressou o que representa para ele e para “Ex-Pajé” essa première mundial no Festival de Berlim.
“Representa que ele vai ser visto no mundo todo. Representa que ele nasce com um selo de qualidade que aumenta muito o interesse e a visibilidade sobre o filme”, disse o diretor explicando que o filme é muito sutil.
“Mas o fato dos curadores de Berlim que assistem a mais de três mil filmes terem gostado significa que a obra tem valor universal e poder de se comunicar com públicos distintos”.
Bolognesi destacou que, mais que a satisfação pessoal, lhe alegra a possibilidade de que o tema do documentário seja debatido em diversos países.
“O filme aborda a questão indígena com um viés contemporâneo. O momento não poderia ser melhor para ele ser selecionado para um festival com esse porte”, afirmou.
Quanto à receptividade pelo público da Panorama – mostra que tem a característica de selecionar filmes de cunho social, originais e espectadores muito interessados – Bolognesi tem a melhor expectativa.
“Espero que o filme toque a sofisticada audiência do festival de Berlim. Vamos ver...”
|