|
PUBLICADA EM 18.02.18
Myrna Silveira Brandão
Las Herederas, de Marcelo Martinessi, é o primeiro filme paraguaio a participar na competitiva oficial do Festival de Berlim.
A estreia foi ontem nesta 68ª edição do evento.
O Brasil – que neste ano não tem títulos na principal mostra do evento – está representado como coprodutor do filme, juntamente com Paraguai, Alemanha, Uruguai, Noruega e França.
Protagonizado por Ana Brun, Margarita Irún e Ana Ivanova, o filme narra a história de duas mulheres de boa posição social que haviam herdado dinheiro suficiente para viver confortavelmente.
Mas uma nova realidade altera o equilíbrio imaginário em que viviam e leva uma delas, aos 60 anos de idade, a achar que o dinheiro não é suficiente. Ela inicia um processo de transformação interna, alterando uma situação que até então era estável.
A história é ambientada em 2012, ano da destituição do presidente Fernando Lugo e absorve os ecos dessa deposição.
As enviar o convite para a produção do filme, Dieter Kosslick, diretor da Berlinale, havia dito que estava profundamente impressionado com o filme e a atuação das atrizes.
Martinessi, estreante em longas, é autor de destacados curtas-metragens como “Calle Última”, “Karai Norte” e “La Voz Perdida”.
A sessão de gala do filme foi antecedida de uma coletiva com o diretor e a equipe do filme. Leia os principais trechos:
O que representa esta seleção do filme concorrendo ao Urso de Ouro?
“É uma honra iniciar a carreira internacional do filme nas telas da Berlinale, ao lado de diretores e atores que admiramos”.
Há muitos elogios para as atrizes do filme. Como é isso para você?
“É o que mais me alegra – e também que esta vitrine mostre o talento impressionante deste grupo de atrizes paraguaias que se entregaram plenamente aos personagens da trama”.
Como definiria o filme?
É uma história muito íntima e também importante para entender o país.
No Paraguai se busca uma nova sociedade, um modelo diferente porque a história do país é composta por “grandes senhores”.
Como é fazer cinema no Paraguai?
“É muito difícil. O Paraguai tem uma cinematografia quase invisível. Eu tentei atingir audiências lá, mas há dificuldades até para obter informação sobre as pessoas”.
|