Festivais - FILME SOBRE BONDADE ENTRE ESTRANHOS ABRE BERLINALE
     
 

Publicado em 08.02.2019

Carlos Augusto Brandão

“The Kindness of Strangers”, abriu ontem (07.02) a maratona cinematográfica da Berlinale.

O filme da diretora dinamarquesa Lone Scherfig teve estreia mundial,  em sessão de gala, no suntuoso Palácio dos Festivais.
 
Dieter Kosslick, diretor do festival, ao fazer o anúncio já havia manifestado  sua satisfação por ter Scherfig abrindo o evento.
 
 “É adorável que Lone Scherfig esteja de volta e que seu trabalho mais recente abra a Berlinale 2019.  Seu sentimento por personagens, emoções fortes e humor sutil promete um começo maravilhoso para o festival”, ressaltou.
 
Lone, por sua vez, disse que estava honrada por Kosslick ter selecionado seu  filme para celebrar uma noite tão festiva e importante.
 
“Será uma grande alegria assisti-lo pela primeira vez ao lado do renomado público da Berlinale”, afirmou.
 
O filme – que também está na disputa pelo Urso de Ouro –  é um conto de fadas moderno que se passa em uma época de agitação política e social, centrado em vários personagens que se cruzam num restaurante em Nova York.
 
A sessão de gala  Palácio dos Festivais foi antecedida de uma coletiva com a diretora e a equipe do filme.
 
Sherfig  contou que a origem do projeto era seu desejo de fazer um filme sobre pessoas que estão na pior,  convivendo com  problemas ou precisando de algum tipo de ajuda e na busca de um final feliz.
 
“Geralmente nos meus filmes, os personagens acabam bem”, complementou a diretora que, como sugerido pelo título, traz   também uma história  sobre bondade  e solidariedade entre estranhos.
 
Scherfig é autora do ótimo “Educação”, que teve três indicações para o Oscar e foi exibido na Berlinale Special em 2009.
 
O  início de sua carreira internacional foi o filme “Italiano para Principiantes”, que ganhou o Prêmio do Júri Urso de Prata e o da FIPRESCI – crítica internacional na Berlinale 2001.
 
Festival mantém o viés político
 
Ao longo dos 18 anos que esteve à frente da Berlinale, Kosslick – que está se despedindo nesta edição –  manteve e fez crescer a característica do festival de ser conhecido pelo seu tom político e social,  procurando sempre focar sua programação nas turbulências e conflitos do mundo atual,
 
Nesta edição esse viés fica visível principalmente na competição composta por filmes que tocam em temas como diluição  das estruturas familiares,  fatos políticos do passado que influenciam os dias de hoje, marginalizados e ênfase nas obras que privilegiam a diversidade e a inclusão social.
 
Júri Oficial
 
Como é de praxe, a manhã foi reservada para apresentação do Júri da mostra oficial que nesta edição será presidido pela atriz francesa   Juliette Binoche.
 
Antes de participar de uma coletiva com a imprensa, Binoche apresentou seu Júri que, numa composição bem diversificada, é formado pelo crítico de filmes e escritor americano Justin Chang, a atriz alemã Sandra Hüller, o cineasta chileno Sebastián Lelio, o curador americano Rajendra Roy; e a produtora e atriz Trudie Styler (UK).