Festivais - PREMIADOS DA 30ª EDIÇÃO DO SUNDANCE
     
 

PUBLICADA EM 26.01.14

Carlos Augusto Brandão

O grande vencedor da edição 2014 do festival foi Whiplash, de Damien Chazelle. Concorrendo na competição dramática americana, emplacou o grande prêmio do júri e também o de audiência.

 
O Festival de Sundance anunciou na noite de sábado (25.01) a entrega dos prêmios de sua 30ª edição, seguida de uma festa comemorativa da data redonda.
 
Whiplash, de Damien Chazelle,  ganhou o prêmio do júri para drama americano e também o de audiência, um dos mais importantes do festival.  Estrelado por Miles Teller e JK Simmons, o filme, que era um dos favoritos, segue um jovem e talentoso baterista que, sob a direção de um duro instrutor, começa a perseguir a perfeição a qualquer custo, mesmo colocando em risco sua condição humana. 
 
Muito emocionado, o diretor agradeceu ao festival, ao júri  e principalmente aos seus atores.
 
O prêmio do júri para documentário americano foi para  Rich Hill, de Andrew Droz Palermo e Tracy Droz Tragos. A história se passa numa cidade rural americana onde crianças precisam fazer escolhas dolorosas, enquanto sonham com um futuro melhor.  
 
Alive Inside: A Story of Music & Memory, de Michael Rossato-Bennett, ganhou o prêmio de audiência para documentário americano. O filme segue um homem que descobre como canções podem penetrar profundamente na memória e aliviar dores e distúrbios do Mal de Alzheimer.
 
O prêmio do júri da Mostra  Cinema Mundial  foi para To Kill a Man, de Alejandro Fernández  (Chile / França). O filme é a história de Jorge, um chefe de família, que é assaltado por Kalule, um delinquente da redondeza. O filho de Jorge decide confrontar o marginal, é baleado e quase morre. Mesmo assim, a sentença de Kalule é mínima.  No elenco, Daniel Candia, Daniel Antivilo, Alejandra Yañez e Ariel Mateluna.
 
Difret, de Zeresenay Berhane Mehari (Etiópia) conquistou o Prêmio de Audiência para Cinema Mundial. Estrelado por Meron Getnet e Tizita Hagere, o filme é a história dramática de Meaza Ashenafi,  um jovem advogado que trabalha ajudando mulheres e crianças;  até que o caso de uma jovem traz fatos à tona que ameaçam  não só sua carreira, mas também sua sobrevivência.
 
O Prêmio do Júri para  Documentário Mundial foi para  Return to Homs, de Talal Derki (Síria / Alemanha). O filme segue Basset Sarout, goleiro da seleção nacional de 19 anos, que se transforma num  líder popular e depois num guerrilheiro.
 
The Green Prince, de Nadav Schirman (Alemanha, Israel, Reino Unido), ganhou o prêmio de audiência para Documentário Mundial.  O filme é sobre Mosab Hassan Yousef, um palestino de Ramallah, que cresce odiando e pronto para lutar contra Israel.  Com a idade de 17 anos, é detido por contrabandear armas, interrogado por Shin Bet, do serviço de segurança de Israel e mandado para a prisão. Por mais incrível que pareça, eles chegam  ao ponto de confiar um no outro e a desenvolver uma grande amizade.
 
Cutter Hodierne ganhou o prêmio de diretor americano de drama com Fishing Without Nets, sobre piratas na Somália. O de diretor para documentário americano foi ganho por Ben Cotner e Ryan White com The Case Against 8.
 
O troféu de diretor de Cinema Mundial foi conquistado por Sophie Hyde por 52 Tuesdays (Austrália).  O filme é a história de Billie, de 16 anos, que tem sua independência acelerada quando sua mãe lhe diz que só se encontrarão às terças feiras. A história de responsabilidade e transformação foi filmada no curso de um ano, uma vez por semana e sempre às terças feiras.  O elenco conta com  Tilda Cobham-Hervey, Del Herbert-Jane, Imogen Archer, Mario Späte, Beau Williams, Sam Althuizen.
 
Lain Forsyth, por sua vez, ganhou o prêmio de diretor de Documentário Mundial, com 20,000 Days on Earth. 
 
 
Outros Prêmios
 
Roteiro Cinema Americano  – The Skeletons Twins, escrito por Craig Johnson e Mark Heyman
Roteiro Cinema Mundial – Blind, de Eskil Vogt
Edição de documentário americano – Watchers in the Sky editado por Jenny Golden e Karen Sim
Edição de documentário mundial – 20,000 Days on Earth, editado por Jonathan Amos
Fotografia de drama americano – Low Down, fotografado por Christopher Blauvelt
Fotografia de  documentário americano – E-Team, fotografado por Rachel Beth Anderson e Ross Kauffman
Fotografia de Cinema Mundial – Lilting fotografado por Ula Pontiklos
Fotografia de Documentário Mundial – Happiness fotografado por Thomas Balmes e Nina Bernfeld
 
 
Temas globais e colaboração internacional deram a tônica
    
A 30º  edição do Sundance apresentou uma programação bastante diversificada e foi marcada pela quase inexistência  das tradicionais linhas de fronteira, prevalecendo em sua grande maioria, coproduções internacionais.
 
Os temas  transcenderam assuntos ligados aos locais de origem, cresceram em carga emocional, mas a grande maioria dos diretores utilizou a criatividade para, em tom de comédia, amenizar assuntos muito dramáticos.
 
Os documentários continuaram em alta. Além das mostras especificas,  o gênero marcou  presença em todas as paralelas.
 
O Festival apresentou 121 longas, representando 37 países e 54 estreantes incluindo 35 em competição.
 
Os títulos foram selecionados de 12.218 submissões (72 mais do que em 2013), incluindo 4.057 longas e 8.161 curtas. Dos longas-metragens  submetidos, 2.014 foram dos Estados Unidos e 2.043 internacionais.
 
John Cooper, diretor do festival, disse que os filmes da edição 2014 foram  bem diferentes do ano em que o Sundance começou há trinta anos atrás.
 
“Hoje eles são bem mais audaciosos, mas o importante é que eles mantêm o espírito independente”, afirmou. 
 
Nos últimos anos, muitos filmes independentes conseguiram críticas extremamente positivas nos festivais de grande sucesso como Indomável Sonhadora, de Benh Zeitlin (2012),  indicado ao Oscar e Fruitvale Station, de Ryan Coogler, um forte candidato ao prêmio da Academia para este ano .
 
Festival paralelo
 
O Slamdance – principal evento alternativo entre os muitos que acontecem em Park City no mesmo período do Sundance – emplacou sua 20ª edição, que aconteceu de 17 a 23 de janeiro.