Festivais - "A VIAGEM DE PEDRO" É O FILME DE ENCERRAMENTO DO INDIELISBOA
     
 

Publicado em 26.04.2022

Myrna Silveira Brandão

O IndieLisboa começa quinta feira, 28 sua 19ª edição.

O evento será no formato presencial com uma programação abrangente de 250 filmes, que serão exibidos em mostras competitivas, retrospectivas e sessões especiais.
 
Os filmes de abertura são “Albufeira”, de António Macedo; e “Zéfiro” de José Álvaro de Morais, ambos restaurados pela Cinemateca Portuguesa.
 
“A Viagem de Pedro”, de Laís Bodanzky encerrará o evento em 8 de maio com a presença da diretora e do protagonista, o ator Cauã Reymond.
 
O filme é um drama histórico luso-brasileiro sobre Pedro I, ex imperador do Brasil, no seu regresso a Portugal. A história se passa no Oceano Atlântico, a bordo de uma fragata quando ele revive diversos momentos de sua vida: a infância, o casamento com Leopoldina, o romance com Domitila de Castro enquanto imagina discussões fratricidas.
 
O elenco inclui Victoria Guerra, Luise Heyer, Francis Magee, Isabél Zuaa, Rita Wainer, Welket Bungué, Isac Graça, Luísa Cruz e João Lagarto.
 
Laís despontou como diretora com“Bicho de Sete Cabeças”, em 2000, que recebeu vários troféus. Em 2017 teve grande sucesso com“Como Nossos Pais”, que foi selecionado para a Panorama do Festival de Berlim.
 
A diretora diz que “A Viagem de Pedro” ser o filme de encerramento do IndieLisboa tem um grande significado.

“E eu entendo como um selo de um reconhecimento do festival que é muito  prestigiado pelos portugueses”, ressalta Laís contando que o recorte do filme não foi uma decisão simples, nem rápida, levou um tempo.

“Inicialmente a gente pensou em um formato de biografia, com uma linguagem mais clássica, pautado nos fatos históricos, mas conforme fomos amadurecendo, percebemos que não fazia muito sentido porque o que interessava era o personagem, mais que os fatos históricos”, afirmou acrescentando que a pesquisa foi um trabalho de garimpo.  

“Para construir o mosaico  não só da figura central que é D. Pedro I, mas também dos outros personagens que não estão nos livros de história foi um longo trabalho, mas bem curioso, montando um quebra cabeça. Como não há registro, eu tive um espaço justamente para imaginar: como teria sido essa viagem? O que teria acontecido? Quais eram as angústias e os pensamentos de D. Pedro durante essa travessia?”
 
Ao final, a cineasta  lembrou que o filme propõe vários temas.

“Para além de discutir a questão da independência do Brasil (os 200 anos) discutir que País era aquele e que País nós temos hoje com muitas pautas. A questão de gênero e raça no nosso país, a questão da escravidão. As forças de poder que estão por trás. O personagem do D Pedro era muito contraditório e a partir dele podemos debater muitos temas atuais”, concluiu.