LUZ, CÂMERA, GESTÃO – A Arte do Cinema na Arte de Gerir Pessoas
     
     Vivemos numa era de transformações em todas as suas dimensões: políticas, tecnológicas, científicas, culturais, econômicas, sociais e filosóficas, o que faz com que no mundo de hoje já não se conceba mais um conhecimento isolado que não contemple o pluralismo e a diversidade.

 Cada vez mais as fronteiras estão desaparecendo, principalmente as da área do conhecimento, fazendo com que filosofia, ciência e arte se juntem e se complementem num contexto em que a análise dos fenômenos da vida somente tem sentido se for iluminada com e por outros olhares, que não os do seu próprio foco.

 Como define muito bem o filósofo Edgar Morin em seu livro “A Cabeça Bem-Feita”, vai longe o tempo do que ele chama “compartimentagem dos saberes”, sendo cada vez mais importante nos dias de hoje uma visão sistêmica e global do conhecimento.
Tais princípios norteiam a proposta básica do livro Luz, Câmera, Gestão – A Arte do Cinema na Arte de Gerir Pessoas – ou seja, a união de duas áreas básicas do conhecimento – a das artes e a das ciências – que tem, entre outros objetivos, a busca de um conjunto em que o todo seja maior do que a soma das partes.
 
CONTEÚDO
 
 O livro objetiva a utilização do potencial do cinema como ferramenta de treinamento e desenvolvimento através da indicação, análise e comentários de vários filmes que abordam temas vividos no cotidiano das organizações e no dia-a-dia das pessoas na sua vida profissional e pessoal.
 Além disso, sugere a exploração de um veículo que, além de  inserido num universo cultural que faz parte integrante da vida das pessoas, tem o alto potencial de ser uma metodologia atraente e motivadora. 
 A par dos aspectos mencionados, através de explanações e exemplos, a obra procura mostrar que uma sessão com a exibição e debate de um filme tem condições de possibilitar um treinamento construtivista, já que propicia uma participação mais ativa do grupo, funciona como fator de integração dos participantes, exercita o trabalho em equipe, estimula a criatividade e resulta numa visão compartilhada por todos.
 Lembra, ainda, que o envolvimento pretendido e necessário é quase imediato, já que um filme acontece de fato quando os espectadores o assistem e sua vivência e  história de vida – aliadas à emoção e à sua mente criativa – complementam as ideias que o realizador quis transmitir. Isso se deve à magia que o cinema proporciona, mas também muitas vezes ao talento das equipes realizadoras na utilização dos meios criativos para captar a atenção da audiência e despertar os sentimentos exigidos pela história.

 
COMPOSIÇÃO
 
 No livro são analisados sessenta filmes com as respectivas indicações dos temas que poderão ser utilizados em programas de treinamento e desenvolvimento. Os filmes indicados dividem-se em curtas (dezessete títulos) e longas-metragens (quarenta e três títulos), assim denominados  conforme  a duração da projeção.
 A inclusão dos curtas-metragens procurou levar em consideração que o tempo é um fator cada vez mais determinante na vida das pessoas.  Esses filmes, como o nome sugere, têm curta duração, variando  em torno de  um minuto, seis, dez, e normalmente não ultrapassando  vinte minutos.
 Todos os filmes indicados e analisados no livro são acompanhados de ficha técnica e sugestões para o debate após a projeção, bem como dos procedimentos que devem ser seguidos na realização dos programas de treinamento e desenvolvimento.
 
A QUEM SE DIRIGE  
 
 O livro é dirigido para gerentes, profissionais, administradores e estudantes da área de gestão com pessoas.  É voltado ainda para profissionais da área de cinema e para pessoas que priorizam o ser humano como tema de suas reflexões.
Há igualmente indicação de filmes para outros nichos do conhecimento, possibilitando que programas desenvolvidos nas áreas médica, jornalística, judiciária, publicitária, esportiva e inúmeras outras, possam se utilizar do enorme potencial do cinema  como metodologia atraente e motivadora.
 Entre outros, são indicados e analisados no livro:
Capote, de Bennett Miller, um filme biográfico sobre o controverso escritor Truman Capote, mas que retrata como poucos o tema do jornalismo investigativo, tão comum nos dias de hoje, e que nunca mais foi o mesmo depois da publicação do seu célebre livro, A Sangue Frio.
Doutores da Alegria, de Mara Mourão, que poderia fazer parte do currículo de cursos de medicina, pára-medicina, enfermagem, psicologia e outras profissões que trabalham na área de saúde, principalmente aquelas que se relacionam mais diretamente com crianças.
 E A Névoa da Guerra, de Errol Morris – relato pessoal e impressionante de Robert McNamara, que no auge da Guerra Fria, ocupou a função altamente estratégica e poderosa de Secretário de Defesa dos Estados Unidos – e um filme fundamental para melhor entendimento de fatos da  história ainda recente dos Estados Unidos, mas com influência e repercussão no mundo todo.  Numa postura quase emocional, os depoimentos de McNamara sobre os episódios que ocorreram naqueles tempos – que incluem a invasão da Baia dos Porcos, a Guerra do Vietnã e a crise dos mísseis de Cuba, por exemplo – proporcionam um debate interessantíssimo sobre ética, poder, política e o valor da autocrítica.  

Autora: Myrna Silveira Brandão

Editora: Qualitymark

     
   
     
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