AMBIGUIDADE MARCA NOVO FILME DE MAIWENN
     
 

Carlos Augusto Brandão

PUBLICADA EM 20.09.16


O drama romântico ”Meu Rei”, da  francesa Maïwenn tinha fortes elementos para dar certo: atores de peso como Vincent Cassel, Emmanuelle Bercot e Louis Garrel e a força visual da excelente fotografia de Claire Mathon.
 
O filme tem tido uma fria acolhida desde o seu lançamento em Cannes, onde concorreu à Palma.
 
Centrado no relacionamento de dez anos de um casal, a tediosa narrativa – mescla de monotonia e preconceituoso feminismo – cansou a plateia, que reservou seus  aplausos somente para os atores quando subiram ao palco, principalmente para Bercot, que ganhou a Palma de melhor atriz, dividido com Rooney Mara por Carol.
 
Bercot interpreta Tony, uma advogada que sofre um acidente de esqui e machuca gravemente o joelho. Enquanto se recupera, relembra o passado afetivo e tumultuado com seu amado Georgio (Cassel). Ao tempo em que ele a seduz e lhe dá um filho, destrói todo o seu equilíbrio emocional devido às ausências, mentiras e traições.
 
Num papel secundário, Garrel vive o irmão de Tony.  Um dos galãs jovens da França na atualidade, o ator abre mão do seu charme habitual, se conformando  em ser apenas um consolo para os tormentos de sua  imatura irmã. 
 
Maïwenn, prestigiada atriz do cinema francês, já dirigiu três longas, inclusive o superestimado “Polissia”, vencedor quatro anos atrás do prêmio do júri em Cannes.
 
“Eu venho de uma trilogia narcisista como diretora, onde atuava nos filmes que rodava. Em “Meu Rei”, eu preferi me afastar para poder ver, com um distanciamento maior, o que se passa numa vida a dois num intervalo de dez anos”, explica a diretora.
 
Maïwenn discorda dos comentários que o feminismo no filme é exagerado, lembrando que não imprimiu esse viés à trama, no que é apoiada por Cassel. 
 
“A abordagem da história não é sexista, já que o filme fala da passionalidade de todos os sexos, indistintamente”, ressalta o ator. 
 
“Meu Rei” é um filme ambíguo que pode levar a várias leituras quanto ao comportamento dos personagens e que se apoia na atuação totalmente livre dos atores, o que fica visível, por exemplo, nos muitos e bons improvisos de Cassel. 
 
O ator por sinal, também tem um ótimo desempenho  vivendo o personagem Zé da recente produção coletiva “Rio, eu Te Amor”, no episódio A Musa, dirigido por Fernando Meirelles. 
 

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Marcomed Souza
Este filme é muito bom!
   
   
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