O GRANDE MESTRE
     
 

Carlos Augusto Brandão

PUBLICADA EM 13.04.2014


O Grande Mestre (The Grandmaster), de Wong Kar-wai – que estreia no próximo dia 17.04 –  teve sua première mundial abrindo  a edição 2013 do Festival de Berlim, um dos eventos cinematográficos mais importantes do mundo.
 
O filme é um épico de artes marciais ambientado na tumultuada época dos anos 30 da China e inspirado na vida de IP Man, (Tony Leung), que foi mestre de Bruce Lee.
 
A história segue  dois mestres de kung fu: ele vem do sul da China; ela vem do norte. Seu nome é Ip Man; o dela é Gong Er. Seus caminhos se cruzam em Foshan,  cidade natal de Ip Man, na véspera da invasão japonesa de 1936.
 
O pai de Gong Er, um renomado Grandmaster,  também viaja para Foshan.  O lendário prostibulo O Pavilhão Dourado, frequentado pelos melhores artistas de artes marciais do país, será o local da sua cerimônia de aposentadoria.
 
A China está em tumulto e os donos do país do sul estão às vésperas de se separar do norte.    Mas o  conto de traição, desafio, honra e amor está acima do fundo caótico da ocupação e da guerra. 
 
O Grande Mestre teve quase três anos de produção e mais de uma década de preparação. O diretor começou a explorar  a ideia de fazer o filme em 1996.
 
O elenco de estrelas, liderado por Tony Leung Chiu Wai também inclui Zhang Ziyi e Chen Chang.
 
Kar-way deixou a extensa colaboração que tinha com o diretor de fotografia Cristopher Doyle – fluente em mandarim e que fez oito filmes com ele – e, desta vez,  optou por Phillipe Le Sourd. 
 
O coreógrafo das lutas é o célebre Yuen Wu Ping, função que ele desempenha tanto na China como em Hollywood, em filmes como O Tigre e o Dragão e Matrix.
 
Esta  não é a primeira vez que o diretor faz um filme de artes marciais.  Cinzas do Passado (94), também abordou o tema, mas com um profundo senso de melancolia.
 
As ações externas do novo épico de Kar-way, como espadas se encontrando, lutas com punhos fechados e corpos acrobáticos,  são similarmente inseparáveis das batalhas internas dos protagonistas,  na medida em que os sentimentos são traduzidos em movimentos e emoção.
 
Na coletiva que se seguiu à projeção em Berlim, o diretor falou do seu filme e a inspiração para realizá-lo.
 
“Tudo começou em 1999, quando eu vi o super 8 da família de um “grandmaster”.  Era  o  único arquivo desse mestre.  Ele tinha a responsabilidade de passar o conhecimento de kung fu, o código de honra e a técnica da luta para as gerações que viriam depois dele”, explicou Kar-wai.
 
Para ele, o maior desafio para fazer o filme foi o fato de nunca ter praticado artes marciais.
 
“Durante o filme, eu vi que os lutadores de kung fu são humildes, apesar de saberem que tem uma arma na mão.  Eu admiro muito a seriedade deles”, ressaltou. 
 
Tony Leung disse foi o primeiro papel que teve perfeito entendimento do personagem. 
 
“Mas para isso, eu precisei treinar três anos para conseguir interpretá-lo”, afirmou o ator lembrando sua longa parceria com Kar wai, com o qual já trabalhou nos filmes:  Days of  Being Wild (seleção oficial Berlim 1991),  Amores Expressos, Felizes Juntos, Amor à Flor da Pele e 2046.
 

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