Nas Telas - UMA ADAPTAÇÃO REALISTA
     
 

Myrna Silveira Brandão

PUBLICADA EM 09.10.14


A Bela e a Fera, de Christophe Gans (O Pacto dos Lobos), é a adaptação de Gans  para o conto de fadas,  que já teve muitas versões para o cinema inclusive a animação da Disney e a de Jean Cocteau em 1946,  uma das mais famosas.
 
O filme de Gans, ambientado em 1810, segue um comerciante arruinado, que após perder sua fortuna no mar, é forçado a se retirar do país com seus seis filhos. Entre eles está Belle, (Léa Seydoux),  sua filha mais nova, que é cheia de graça e alegria.
 
Numa jornada árdua, o comerciante descobre a fera (Vincent Cassel),  que sentencia sua morte.
 
Belle, diante do terrível infortúnio de sua família, decide sacrificar sua vida no lugar da de seu pai. No entanto, não é a morte que espera Belle no castelo da fera, mas uma vida singular de magia, alegria e melancolia.
 
Todas as noites, ela vai jantar com a fera. Eles gradualmente começam a se conhecer e a confiar um no outro, como dois estrangeiros que tudo conspira para se manterem afastados.
 
Uma noite fragmentos do passado da fera passam em seus sonhos. Da trágica história, ela aprende que essa selvagem e solitária criatura foi uma vez um lindo príncipe. Armada com sua coragem e seu coração aberto, Belle triunfa sobre o perigo.  Consegue tirar a Fera do caminho do demônio e descobre o verdadeiro amor.
 
Na coletiva em Berlim – onde concorreu ao Urso de Ouro – Gains explicou porque resolveu fazer sua adaptação para as telas do clássico conto de fadas.
 
“Eu estava realizando dois projetos que estavam meio encruados por diferentes razões.  Nas pesquisas para tentar resolver questões relacionadas a eles, acabei batendo com A Bela e a Fera, que sempre pensei em filmar”, contou ressalvando que não estava procurando fazer um remake da versão de Cocteau.
 
Há filmes que são impensáveis em fazer uma refilmagem como é o caso, por exemplo,  de Children of Paradise, que é um trabalho pronto, acabado e completado. Ao contrário, a Bela e a Fera tem espaços em branco, áreas que deliberadamente Cocteau deixou de fora. Ele deixou muitas portas abertas e eu fui através delas para realizar minha versão”, disse revelando que quando decidiu fazer o filme, já tinha os atores em mente. 
 
“Quando eu estava escrevendo o roteiro com Sandra Vo-Anh, não imaginávamos mais ninguém do que Vincent Cassel e Léa Seydoux nos papéis principais. Foram as nossas primeiras e únicas escolhas. Agradeço a Deus por eles terem concordado e terem agenda disponível para fazer o filme”, ressaltou.