Nas Telas - FAROESTE GAÚCHO
     
 

Carlos Augusto Brandão

PUBLICADA EM 01.08.17


“Rifle” de Davi Pretto – que agora entra no circuito – foi recebido com grande expectativa na Mostra Fórum da última edição do Festival de Berlim.
 
A Fórum é uma prestigiada paralela composta por filmes que desafiam convenções e retratam situações afetadas pela turbulência do mundo atual.  E em 2014, Pretto fez muito sucesso com “Castanha”, selecionado para a mesma Mostra e que saiu daqui para uma vitoriosa carreira com convites para inúmeros festivais mundo afora.
 
Além disso, “Rifle” tinha sido um dos filmes mais inquietantes do Festival de Brasília, onde ganhou os Candangos de som e de roteiro.
 
A trama acompanha a realidade de uma estância rural no interior do Brasil que será palco de uma luta armada pela posse da terra.  A violência é deflagrada quando um fazendeiro rico manifesta o desejo de comprar a pequena propriedade de Dione (Dione Ávila de Oliveira). A narrativa do talentoso diretor cria um crescente e sufocante clima de tensão.
 
Pretto conversou com o Mccinema  sobre seus sentimentos com a seleção para Berlim e os resultados e respostas que espera com o filme.
 
O que representa para você voltar à Berlim com Rifle?
 
“É um festival que é muito importante pra mim porque esteve presente em três momentos marcantes na minha carreira:  quando estreamos Castanha em 2014, quando voltamos em 2015 para apresentar o projeto do Rifle no Talent Project Market e agora o exibindo no festival”.
 
Esses três momentos, de alguma forma impulsionaram um ao outro?
 
“Sim e voltar agora à Berlinale é celebrar um ciclo que se fecha, mas sabendo que isso alimentará outros ciclos que se abrirão.  Certamente voltar é tão especial quanto a primeira vez”. 
 
Seus filmes tem sempre uma identificação grande com os espectadores.  Qual sua expectativa para Rifle e quais respostas espera dos espectadores?
 
“É difícil esperar alguma coisa do público, a sala de cinema é um lugar misterioso e imprevisível de prever reações, e por isso mesmo apaixonante.  Minha expectativa é que sejam sessões inesquecíveis como tive com Castanha, com bons debates e sala cheia.  Depois é só deixar o filme se encontrar com o público e deixar ele criar seus ecos e faíscas”. 
 
E os projetos e resultados após Berlim?
 
“São muitos. Para o  filme representa uma exibição como poucas outras que existem no mundo. Abre muitas possibilidades para outras seleções e projeções em lugares que ele teria muita dificuldade de chegar ou nem chegaria. Certamente é algo que muda a carreira de um filme e isso dá um folego bom para outros projetos”.