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Nas Telas - A VIDA INVISÍVEL |
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Myrna Silveira Brandão
Publicado em 12.12.2019
Com uma filmografia ancorada em dramas intimistas femininos (“O Céu de Suely”, “O Abismo Prateado”), Karim Aïnouz retorna ao tema com “A Vida Invisivel”.
Inspirado no livro de Martha Batalha, a história segue as inseparáveis irmãs Eurídice e Guida, vítimas na década de 1950 do machismo institucionalizado, que acaba as separando. A história busca o reencontro das duas que são vividas por Carol Duarte e Fernanda Montenegro – que dividem o papel de Eurídice – e Julia Stocker como Guida. Gregório Duviver completa o elenco principal como Antenor, o marido controlador de Eurídice.
Karim diz que uma das coisas importantes no filme e que bate muito com que ele pensa, é a questão do ser humano.
“Eu gosto de gente e costumo mostrar isso em meus filmes”, ressaltou o diretor frequente em festivais internacionais como Sundance, onde “Madame Satã” teve um enorme sucesso e Berlim com “Praia do Futuro” e “Aeroporto THF”, um drama sobre refugiados.
“Meu cinema se faz mais de personagens do que de dramas. Embora seja difícil arriscar uma previsão, acredito muito no potencial do filme”, afirmou.
Além da direção que traz o estilo inconfundível de Aïnouz, são destaques a direção de arte e a fotografia granulada de Hélène Louvart. O roteiro de Murilo Hauser, Inés Bortagaray soube explorar o que a trama do livro poderia oferecer à experiência cinematográfica. É o primeiro longa de Karim rodado em digital.
O filme – que ganhou o prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes, foi escolhido para tentar uma vaga do Brasil no Oscar e é um dos 10 melhores filmes do ano escolhido pela Associação de Críticos do Rio de Janeiro (ACCRJ) – merece todos os elogios e prêmios. É um trabalho ao mesmo tempo arrojado e com um tema forte, oportuno e necessário.
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