Nas Telas - "Kevin" é sobre o reencontro de duas amigas - uma do Brasil, outra de Uganda.
     
 

Myrna Silveira Brandão

Publicado em 02.11.2022


Elas não se viam há 20 anos, desde que estudavam na Alemanha quando se tornaram amigas. A partir desse encontro, o filme tece a fina trama que é uma conversa entre duas amigas: as histórias do passado, os desejos, os caminhos trilhados, os diferentes modos de encarar a vida e um elo de amor e sororidade que resiste à distância e ao tempo.
 
O filme, que estreia dia 03.11 nos cinemas,  teve suas primeiras exibições na Mostra de Cinema de Tiradentes, que aconteceu on-line  e também sessões presenciais no Canadá e na Alemanha.
 
Na entrevista ao MCinema, a  diretora falou sobre seu desejo de realizar um filme que celebrasse  a amizade.
 
“Eu queria fazer um filme em que duas amigas de muito tempo se reencontravam e podiam conversar por horas sobre o que aconteceu com cada uma e como lidam com a vida no presente, sempre com a conexão que se estabeleceu na juventude. Bom, essas amigas somos eu e Kevin. Eu tinha o desafio de tentar tornar algo muito íntimo, que é a nossa relação, em um filme que enaltecesse a amizade”, ressaltou Joana, complementando que a ideia inicial era trazer a Kevin da Alemanha para o Brasil, ou seja, o encontro aconteceria aqui, mas o projeto acabou mudando”, contou a cineasta que dá todos os créditos para a amiga.
 
“O filme existe porque a Kevin se envolveu na produção, uma vez que ela nos recebeu maravilhosamente. Foi ela quem procurou lugar para que toda a equipe ficasse, foi ela que nos apresentou tudo. Uma coisa é você receber sua amiga. Outra coisa é você receber uma equipe de filmagem que vem com ela”, destacou.  
 
Juliana complementa que o filme era sobre sua amizade com a Kevin, então, por mais que estivéssemos na Uganda, não era um filme sobre a Uganda.
 
“Eu não conseguiria fazer um filme sobre um país que tinha acabado de chegar e não conhecia profundamente. Então, me concentrei na Kevin, que lidou com a equipe super bem. Ela é um talento natural e eu estava ali para e por ela. Filmamos de acordo com a agenda que ela estabeleceu e deu certo”, reconheceu.
 
A cineasta está muito otimista com os resultados e a ótima receptividade que está tendo.
  
“Eu estive presente em algumas sessões presenciais fora do Brasil; uma no Canadá, outras três na Alemanha. É impressionante como o filme conversa com muita gente. Nos debates após as sessões, os temas discutidos são uma reverberação do que Kevin e eu conversamos no filme. As pessoas querem não só perguntar, mas contar suas experiências com amizades de longa data, com maternidade, com paternidade, com relações inter-raciais, sobre racismo, sobre ser mulher e estrangeira em outro país e muitas coisas mais, concluiu.