CINEMA PERDE FRANCESCO ROSI
 

Publicada  em 11.01.15
 
Carlos Augusto Brandão
  
Morreu neste sábado   (10.02) em Roma aos 92 anos o grande diretor italiano Francesco Rosi. Nas últimas semanas estava de repouso por causa de uma bronquite e morreu em casa dormindo.
 
Um a um, eles vão indo embora, deixando como testemunhas de sua passagem entre nós, amantes do inesquecível cinema italiano,  as suas imagens na tela, e, acima de tudo, na memória de gerações inteiras de cinéfilos que tiveram o privilégio de assistir a alguns dos momentos mais mágicos que o cinema mostrou até hoje.
 
A lista dos que já se foram dá o tamanho da perda: Zavatini, Visconti, Rossellini, Fellini, Massina, Mastroianni, Gassman, Sordi, Tognazzi, Fabrizi, Mangano, De Sica, Volonté, Leone, Magnani, Cervi , Manfredi, Dino Risi, Rota...
 
Como eles, Rosi era um dos  mais aclamados diretores da cinematografia italiana e universal, um dos pioneiros do neorrealismo, tendo  focado sua obra nos problemas sociais, políticos  e filmes ligados ao crime organizado e à máfia.
 
Nascido em Nápoles em 15 de novembro de 1922, começou a estudar Direito, mas aos 22 anos  abandonou a universidade,  foi para Roma e começou a trabalhar no teatro. 
 
Logo se interessou pelo cinema, inicialmente como  assistente de cineastas como Michelangelo Antonioni no filme Os Vencidos (I Vinti,1953) e Lucchino Visconti em A Terra Treme – Episódio do Mar (La Terra Trema,1948).
 
Estreou como diretor em 1958 com A Provocação (La Sfida)  com o qual ganhou o prêmio de melhor estreia em Veneza.  Cinco anos depois ganhou o Leão de Ouro com As Mãos sobre a Cidade (Le Mani Sulla Cittá,1963)).
 
Seguiu-se o hoje clássico O Bandido Giuliano (Salvatore Giuliano ,1961), que narra  a vida do célebre bandido siciliano.
 
O Caso Mattei (Il Caso Mattei, 1972) é considerado sua obra prima e ganhou a Palma de Ouro em Cannes.  O filme aborda um dos maiores mistérios do mundo empresarial italiano:  a morte do presidente da companhia petrolífera ENI, Enrico Mattei, que morreu na explosão do avião em que viajava em 1962.
 
Outros títulos da filmografia de Rosi foram Lucky Luciano (idem, 1973) e Três Irmãos (Tre Fratelli, 1981).
 
Em 1984, fez uma versão cinematográfica da ópera Carmen, interpretada por Plácido Domingos, com coreografia de Antonio Gades.
 
Um dos seus últimos grandes trabalhos foi em 1987 – Crônica de uma Morte Anunciada (Cronica de la Morte Anunciata), baseado no livro homônimo de Gabriel García Márquez.
 
Seus últimos filmes foram A Trégua (La Tregua, 1996) e um dos episódios de 12 Registi per 12 Cittá -  Napoli, 1998.
 
Infelizmente a lista dos grandes nomes do cinema italiano dos anos 40 a 70  que ainda estão por aqui – e criaram alguns dos momentos mais importantes da cinematografia mundial – está  cada vez menor. 
 

Imprimir

 
   
  Seja o primeiro a comentar esta matéria (0) Comentário  
   
   
  Voltar