DRAMA RETRATA A VIDA DE LIBERACE
 

11. 11. 2013
Myrna Silveira Brandão

Behind the Candelabra, de Steven Soderbergh, está sendo mostrado na programação da HBO.
 
O filme revive a memória do pianista gay Lee Liberace (1919-1987), interpretado por Michael Douglas, que marcou o imaginário cultural pop americano durante 40 anos.
 
Douglas tem um desempenho memorável no drama verídico sobre o caso de amor do artista com Scott Thorson (Matt Damon), 40 anos mais novo que ele e que escreveu o livro homônimo, no qual o filme se baseia.

Liberace escondia a homossexualidade de seus fãs, que eram fascinados por sua extravagância em trajes, perucas e gestos, além de possuir um talento único como pianista. Sua morte por AIDS foi anunciada como um ataque cardíaco.
 
Idolatrado também pelas mulheres, o pianista se apresentava em seus concertos em Las Vegas  com anéis de ouro, peles, ternos de purpurina, capas de veludo, casacos brilhantes e onde possuía uma casa suntuosa.
 
Soderbergh diz que, quando decidiu fazer o filme, não teve a intenção de fazer qualquer análise ou julgamento do personagem.
 
“Só queria fazer essa estranha relação parecer realista e íntima”, declara o diretor, que inicialmente teve o filme rejeitado por estúdios.
 
 “Os estúdios achavam que o apelo do filme seria para o público gay. Hoje, quando olham para a crise econômica e pensam em gastar US$ 25 milhões em um filme com esse tema, acham que é um projeto arriscado. Foi preciso recorrer ao Canal de TV HBO, que acolheu o projeto e aprovou as cenas de sexo entre Douglas e Damon. A TV vive sua segunda era de ouro, não posso reclamar”, afirma Soderbergh,  que ora vem anunciando, ora vem desmentindo sua aposentadoria.
 
“Eu definitivamente vou dar uma parada após Behind the Candelabra, mas não sei por quanto tempo. Mas se este for meu último filme, posso dizer que saio orgulhoso do cinema”, despista.
 
Douglas diz que se preparou para viver o personagem se inspirando no próprio Liberace.
 
“Eu o conheci pessoalmente porque ele era vizinho de meu pai (Kirk Douglas) em Hollywood”, revela o ator contando que tinha 12 anos  quando viu Liberace pela primeira vez.
 
“Eu o achei muito estranho, com aquele cabelo fora do lugar, roupas brilhantes, gestos sofisticados”, diz lembrando que esse é o primeiro grande filme que faz desde que se recuperou de um câncer na garganta.
 
 “Vou agradecer eternamente a Steven e Matt”, concluiu o ator de personagens marcantes no cinema, alguns inesquecíveis, como Gordon Gekko de Wall Street e William Foster de Um Dia de Fúria.  
 
Outras ações para reviver a memória de Liberace estão em curso como o livro “Liberace: An unofficial biography”, de Frances Valentino, que narra detalhes dos gastos mensais astronômicos de Liberace com joias, casacos de pele e aparelhos eletrônicos para sua mãe, vivida no filme, pela octogenária Debbie Reynolds (Cantando na Chuva).
 
O livro de Thorson, por sua vez,  acaba de ganhar reedição de luxo nos EUA, revisada por seu autor.  

 

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