Plano Aberto - A ARTE PERDE MANOEL DE OLIVEIRA
 

Publicada em 02.04.2015

Carlos Augusto Brandão
 
O cineasta português Manoel de Oliveira morreu na manhã desta quinta feira aos 106 anos de idade em sua casa no Porto, após uma parada cardíaca.
 
Mais antigo diretor de cinema em atividade, Oliveira teve  uma carreira de mais de 70 trabalhos e tinha lançado seu último filme, O Velho do Restelo, no Festival de Veneza em setembro 2014.
 
Nascido no Porto numa família rica, Manuel Cândido Pinto de Oliveira interessou-se inicialmente pelos esportes, principalmente por corridas.
 
Aos 20 anos inscreveu-se na Escola de Atores de Cinema e em 1931 realizou seu primeiro filme, Douro, Faina Fluvial.
 
Em 1942 teve seu primeiro sucesso com o filme Aniki Bobó, sobre um grupo de crianças nas ruas do Porto e que foi considerado como um dos precursores do neorrealismo italiano.
 
Obteve reconhecimento internacional a partir dos anos 1960 – após sua obra ter sido mostrada na Cinemateca de Henri Langlois em Paris em 1965.
Em 1991 ganhou a Palma de Ouro com A Divina Comédia.
 
Entre seus filmes mais conhecidos, ficaram O Convento, 1995,  A Carta,2000, Vou para Casa, 2002, Um Filme Falado, 2003,  Singularidades de uma Rapariga Loura, 2009, e O Estranho Caso de Angélica,2010.
 
Em 2012 lançou em Veneza O Gebo e a Sombra, sobre as consequências da crise econômica em Portugal.
 
O cineasta deixa viúva Maria Isabel Carvalhais, de 97 anos, quatro filhos e cinco netos, entre eles Ricardo Trepa, ator frequente em inúmeros dos seus filmes. Para o cinema português e universal,  deixa uma grande e irreparável perda .