DOCUMENTÁRIO RESGATA TRAJETÓRIA DE BRASILEIRO CONDENADO À MORTE NA INDONÉSIA | |||||||||||||||
Myrna Silveira Brandão
PUBLICADA EM 01.11.16
Prado – diretor de “Estamira” e produtor de “Tropa de Elite”, vencedor do Urso de Ouro, de José Padilha em 2008 – acompanha, em seu novo filme, os últimos momentos da vida de Marco Archer, brasileiro executado na Indonésia em janeiro de 2015 por tráfico de drogas. A vida pregressa dele também é contada na produção. Prado conversou com o Mccinema no Festival de Berlim sobre o filme e seu relacionamento com Archer. “Eu conheço o Marco – que foi apelidado de Curumim pelos amigos – desde nossa época de juventude no Rio”, contou Prado, acrescentando que ele era muito carismático, audacioso e inclusive sobreviveu a graves acidentes. “Acho que isso lhe dava uma sensação de invencibilidade”, avalia o documentarista, que conversou com ele horas antes da aplicação da pena capital. Mas a intenção de Prado não é romantizar a vida de Archer nem também transformá-lo em uma espécie de herói. “Marco reconhecia que errou e se arrependeu do que fez. A meu ver, as pessoas merecem uma segunda chance, que ele não teve. A intenção do filme é, acima de tudo, humanizá-lo”, revela Prado. O diretor acha que levantar o tema no filme pode ajudar na discussão sobre as penas capitais no país asiático. “Sem dúvida, o filme vai chamar a atenção para o assunto. Mas, mesmo que venha a causar uma pressão internacional, tenho dúvidas se alguma coisa vai mudar por lá”, lamentou. Dois outros filmes sobre pena de morte também foram mostrados na 66ª Berlinale: “Já, Olga Hepnarová”, dos tchecos Tomas Weinreb e Petr Kazda ; e “Shepherds and Butchers”, de Oliver Schmitz, coprodução da África do Sul, EUA e Alemanha sobre o apartheid. Imprimir |
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