UM MISTO DE TERROR E SUSPENSE | |||||||||||||||
Myrna Silveira Brandão
Publicado em 07.12.2019
A história segue Augusto Menezes (Felipe Camargo), lutando contra o alcoolismo e em crise no casamento, que se muda para uma fazenda herdade do avô. Com a mulher (Carol Castro) e o filho (Joaquim Torres Waddington, filho do diretor com Fernanda Torres) ele vai habitar um casarão mal assombrado. Couraça (Criolo ) e Ana (Kênia Barbára) ex escravos voltam para cobrar uma dívida dos antepassados de Augusto. A caprichada produção conta com profissionais de peso a começar por Fernanda Torres que estreia como roteirista; a direção de arte é de Rafael Targat e a fotografia de Azul Serra. Serra fez um trabalho de identificação dos espectadores com o ambiente mórbido da fazenda e e expõe com imagens embaçadas, o estado alucinatório crescente do protagonista (fazendo lembrar Hitchcock que, para aumentar o suspense, começa a colocar roupas mais escuras em Grace Kelly, em Disque M para Matar). Augusto não consegue manter o controle da situação e vai, cada vez mais, se afastando de sua verdadeira identidade. A montagem, que levou 25 semanas para ser feita, é de Sergio Mekler. Ele é o alicerce no qual é construída a narrativa tensa do filme. Andrucha diz que procurou não usar os clichês do filme de terror com sangue jorrando e cenas de susto. “Preferimos ir aos poucos e, quando o espectador se dá conta, está com medo, mas também inclinado a fazer uma reflexão em cima da história”, explicou o diretor revelando que pediu à equipe para não rever O Iluminado (de Stanley Kubrick) e sugeriu que assistissem a Os Inocentes (de Jack Clayton). “O filme de Clayton é uma inspiração”. Fernanda Montenegro (sogra de Andrucha) também está no elenco como a médium Maria Amarantes. O diretor conta como é trabalhar com a mulher, a sogra e o filho. “Somos uma família de circo, vivendo embaixo da lona do picadeiro. Mas quando estamos no set é total seriedade, as coisas não se misturam”, conta o diretor com muitos elogios para Fernanda. “É a primeira a chegar e a última a sair do set. Mesmo nos intervalos, ela prefere ficar ali refletindo e assistindo ao trabalho dos colegas”, conta. Imprimir |
|||||||||||||||
|
|||||||||||||||
Voltar | ||